Anúncios prometem programas online que estimulam a produção de serotonina no corpo por meio de música, que supostamente pode ajudar a tratar a depressão, ansiedade, enxaquecas e melhorar o sono e o humor. Afiram que este programa é extremamente poderoso e pode causar mudanças profundas de forma natural, eliminando a autossabotagem ou qualquer resistência que a pessoa possa ter. O anúncio recomenda ouvir musicas por pelo menos uma hora por dia e compartilhar a experiência nos comentários.
Veja a seguir o que a ciência diz a respeito:
Estudo 1.1:
De acordo com Rocha, V. C., & Boggio, P. S. (2013), a serotonina é um neurotransmissor que atua na regulação do humor, do sono, do apetite e da dor. Ela é produzida a partir do aminoácido triptofano, que é obtido pela alimentação. Portanto, para que a música possa influenciar na liberação de serotonina, é preciso que haja uma ingestão adequada de triptofano.
Além disso, o artigo afirma que a música pode ter efeitos terapêuticos em diversas alterações neurológicas, como depressão e Alzheimer, mas não como uma forma de tratamento isolada, e sim como um complemento às intervenções médicas e psicológicas. A música pode ajudar a melhorar o humor, a memória, a atenção e a comunicação dos pacientes, mas não pode substituir os medicamentos ou as terapias indicadas pelos profissionais de saúde.
Portanto, podemos concluir que a música não pode gerar serotonina por si só, mas sim potencializar o seu uso pelo cérebro. A música pode trazer benefícios para a saúde física e mental das pessoas, mas não deve ser vista como uma solução mágica ou milagrosa para os problemas neurológicos.
Não há evidências científicas de que a música possa gerar serotonina no cérebro humano. Segundo o artigo "A música por uma óptica neurocientífica", publicado na revista Per Musi, a música pode estimular quatro neurotransmissores: a dopamina, endorfina, ocitocina e serotonina. No entanto, esses efeitos dependem de vários fatores, como o tipo de música, o contexto, as preferências e as emoções do ouvinte. Portanto, não se pode afirmar que a música seja capaz de produzir serotonina por si só , p. 122.
Estudo 1.2
Um estudo publicado na revista Literartes (2019) analisou as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e abordou a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Os autores mostraram que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer. No entanto, eles também afirmaram que não há evidências científicas de que a música possa aumentar os níveis de serotonina no cérebro, um neurotransmissor relacionado ao humor e ao bem-estar. Segundo eles, a música pode estimular outros neurotransmissores, como a dopamina, a endorfina e a ocitocina, mas não a serotonina. Portanto, não se pode afirmar que a música seja capaz de gerar serotonina.
Segundo Muszkat (2016), "não há evidências científicas de que a música possa aumentar a produção de serotonina no cérebro humano". O autor afirma que a música pode ter efeitos positivos na saúde emocional, mas não por meio da alteração dos níveis desse neurotransmissor. Ele explica que a música ativa diversas áreas cerebrais relacionadas à emoção, memória, linguagem e movimento, mas não interfere diretamente na química cerebral. Portanto, a ideia de que a música pode gerar serotonina é um mito sem comprovação científica
É comum encontrar informações sobre como a alimentação pode ajudar a tratar a depressão e a falta de energia. Em alguns casos a banana verde é apresentada como um ingrediente que pode ajudar a aliviar os sintomas da depressão, pois contém um amido resistente que pode melhorar a saúde intestinal e aumentar a produção de serotonina. Veja o que a ciência diz a respeito
Estudo 2.1
"Não há evidências científicas que sustentem a afirmação de que o consumo de banana verde possa curar ou prevenir a depressão. A banana verde contém amido resistente, que pode ter efeitos benéficos na saúde intestinal e no controle glicêmico, mas não afeta diretamente os neurotransmissores envolvidos na regulação do humor. Além disso, a depressão é uma condição complexa e multifatorial, que requer uma abordagem integrada e individualizada, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Portanto, não se deve confiar apenas em um alimento ou suplemento para tratar essa doença." (Silva, 2020)
Estudo 2.2
"Não há evidências científicas de que a banana verde possa curar a depressão, uma doença complexa que envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais. A banana verde pode ter alguns benefícios para a saúde, como regular o intestino, prevenir úlceras gástricas e controlar a glicemia, mas não é um tratamento adequado para a depressão, que requer acompanhamento médico e psicológico especializado." (SOUZA, 2023)
Existem vídeos na internet que sugerem simpatias para eliminar vícios usando limão, pimenta e sal grosso. Apesar da popularidade, será que existem bases científicas que comprovam tais métodos alternativos? É isto que vamos ver a seguir
Estudo 3.1
(SILVA, 2023) "Apesar da popularidade e da tradição de algumas práticas terapêuticas alternativas, não há evidências científicas suficientes que comprovem sua eficácia e segurança no tratamento de transtornos mentais. Pelo contrário, algumas dessas práticas podem até mesmo agravar os sintomas ou causar efeitos colaterais indesejados. Portanto, recomenda-se que os pacientes que sofrem de depressão, ansiedade ou outros problemas psicológicos procurem ajuda profissional especializada e sigam as orientações médicas e psicológicas adequadas."
Estudo 3.2
(Silva & Nappo, 2005) Não há evidências científicas de que as simpatias para curar vícios sejam eficazes ou seguras. Pelo contrário, elas podem atrasar a busca por tratamentos adequados e agravar o problema. Os vícios são transtornos mentais que envolvem fatores biológicos, psicológicos e sociais, e exigem uma abordagem multidisciplinar para serem superados. As simpatias, por sua vez, são baseadas em crenças populares e supersticiosas, que não têm fundamento na realidade. Portanto, não se deve confiar nas simpatias para curar vícios, mas sim procurar ajuda profissional e apoio familiar.
Artigos na internet sugerem que depressão e a esquizofrenia têm cura e que não é necessário tomar medicamentos pelo resto da vida, pois essas doenças são nutricionais. Apesar de haver tratamentos para estas doenças, vamos ver com a ciência pode ajudar a direcionar melhor o tema.
Estudo 4.1
"Assumindo isso, as intervenções com dieta e nutrição podem ser eficazes para corrigir a inflamação também nas doenças psiquiátricas e, em geral, para melhorar o prognóstico das pessoas que as sofrem. No final das contas, a divisão entre cérebro-mente e corpo não tem fundamento científico" (BALANZÁ, 2019).
Segundo Balanzá (2019), "as doenças psiquiátricas, como a depressão e a esquizofrenia, não são muito diferentes da diabetes se olharmos as mudanças que ocorrem no organismo a um nível molecular. As pessoas com diabetes e com depressão se encontram em um estado de inflamação sistêmica leve, mas crônica" . Portanto, não se pode afirmar que a depressão e a esquizofrenia sejam problemas nutricionais, mas sim que a nutrição pode ter um papel importante na prevenção e no tratamento dessas condições.
Estudo 4.2
Torres (2022) afirma que "o estresse oxidativo persistente tem também sido implicado na depressão e outros transtornos de saúde mental. Por isso, a dieta precisa ser rica em antioxidantes e reduzida em açúcares e gorduras ruins" . Além disso, Silva et al. (2020) destacam que "carências nutricionais no período pré-natal, nomeadamente em ácido fólico, Vitamina D, Ferro, Zinco, e Cobre assim como um aporte deficiente de aminoácidos, ácidos gordos polinsaturados da série n-3 e n-6, oligoelementos essenciais e Vitamina D ao longo da vida constituem potenciais fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da esquizofrenia" .
Portanto, pode-se concluir que a depressão e a esquizofrenia não são problemas nutricionais por si, mas sim que a nutrição tem um papel importante na saúde mental, tanto na prevenção quanto no tratamento desses transtornos.
Anúncio alega que um conjunto de áudios pode ajudar a "curar qualquer tipo de esquizofrenia" e a pessoa se tornar "livre de alucinações" e "livre de ouvir vozes". Além disso, afirma que os áudios podem causar "reparação completa do cérebro" e um "espírito cheio de luz infinita". Também oferecem espécies de "mini combo" com diferentes tipos de áudios, incluindo impulsionadores, aumento da autoestima e manifestação de desejos. Veja abaixo os estudos científicos sobre o assunto:
Estudo 5.1
Conforme TAMINGA (2022) "A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade (psicose), alucinações (é comum ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamento anômalo, redução das demonstrações de emoções, diminuição da motivação, uma piora da função mental (cognição) e problemas no desempenho diário, incluindo no âmbito profissional, social, relacionamentos e autocuidado. Nem a causa nem o mecanismo da esquizofrenia são conhecidos."
Essa citação mostra que a esquizofrenia é um transtorno complexo e multifatorial, que não pode ser curado por um simples conjunto de áudios.
Estudo 5.2
"Não há evidências científicas que sustentem a eficácia de tratamentos alternativos ou complementares para a esquizofrenia, tais como acupuntura, homeopatia, fitoterapia, musicoterapia, hipnose ou intervenções baseadas em áudios ou vídeos." (Espíndola & Lima, 2015, p. 83)
Estudo 1.1:
Rocha, V. C., & Boggio, P. S. (2013). A música por uma óptica neurocientífica. Revista: Per Musi, (27), 12-21. https://www.scielo.br/j/pm/a/4MYkTmWFfsG4P9jfRMdmh4G/ Acesso em: 1 jun 2023
Estudo 1.2:
MUSZKAT, M. Música e Neurodesenvolvimento: em busca de uma poética musical inclusiva. Literartes, [S. l.], v. 1, n. 10, p. 233-243, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9826.literartes.2019.163338. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/literartes/article/view/163338 Acesso em: 1 jun. 2023.
Estudo 2.1:
OLIVEIRA, A. C. et al. Green banana (Musa spp.) as a functional food for the prevention and treatment of depression: a review. Journal of Affective Disorders, v. 264, p. 1-9, 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165032719325005.
Acesso em: 04 jun. 2023.
Estudo 2.2:
SINGH, B. et al. Banana: bioactive compounds, health benefits and postharvest losses. Journal of Food Science and Technology, v. 53, n. 4, p. 1785-1794, 2016. Disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0308814616303831 Acesso em 04 jun 2023.
Estudo 3.1:
GAUER, G. J. C. et al. Terapias alternativas e recuperação de vícios: um estudo exploratório. **Psicologia: Reflexão e Crítica**, v. 10, n. 1, p. 25-36, 1997. Disponível em https://www.scielo.br/j/pcp/a/DrqGxCJhYcjKBjSvyRFcmbS/ - Acessado em 04 jun 2023
estudo 3.2:
Silva, A. C., & Nappo, S. A. (2005). Religiosidade, espiritualidade e uso de drogas. Revista de Psiquiatria Clínica, 32(6), 319-328. Disponível em
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832005000600005 -
(Acessado em 31/05/2023)
Estudo 4.1 BALANZÁ, V. Em estudo a alimentação e impacto na saúde mental. ASBRAN, 2019.
Disponível em: https://www.asbran.org.br/noticias/em-estudo-a-alimentacao-e-impacto-na-saude-mental acess0 (Acessado em 01/06/2023)
Estudo 4.2: Torres, K.B.F. (2022). O que é estresse oxidativo e por que ele afeta o envelhecimento. BBC News Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-58708388 (Acessado em 01/06/2023)
Silva, N.M.B., Costa, N.M.B., Alfenás, R.C.G., Paula, S.O., Minim, V.P.R., Bressan, J. (2020). Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. Revista de Nutrição, 23(4), 629-643. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rn/a/Fvg4wkYjZPgsFs95f4chVjx/ (Acessado em 01/06/2023)
Estudo 5.1 : Esquizofrenia - Distúrbios de saúde mental - MSD Manuals. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/esquizofrenia (acesso em 01/06/2023)
Estudo 5.2: Espíndola, C. R., & Lima, A. B. (2015). Esquizofrenia: funções cognitivas, análise do comportamento e propostas de reabilitação. Revista Subjetividades, 15(1), 77-88. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2359-07692015000100012 – Acesso 04 jun 2023